Quando o ano “dobra a esquina” e começa o 4º Trimestre, a vida entra numa correria tão grande que a gente só se dá conta do tempo quando janeiro está quase terminando. É como se, num piscar de olhos, o tempo acelerasse e nos levasse diretamente para o futuro, já no ano seguinte.

Outubro tem a famosa semana do saco cheio (para quem estuda), que inclui o feriado do Dia das Crianças (ou Nossa Senhora Aparecida). Logo na sequência vem Novembro (na minha opinião, um dos melhores meses do ano dado o número de feriados), que já começa com o Dia de Finados, segue com a Proclamação da República e ainda – para os mais privilegiados – com o Dia da Consciência Negra. Uma sequência de feriados e, com sorte, dias quentes de primavera. Pá! Já estamos em dezembro e isso só pode significar uma coisa: correria de final de ano.

Entra o mês de dezembro e a gente já tem uma lista imensa de coisas pra fazer: decidir sobre as férias (quem sai, quem fica, quem dá plantão, quem cobre as férias de quem), decidir sobre as festas (passar a noite de natal com quem, o almoço com outro quem, a virada do ano com mais outro quem), entrar ou não entrar em incontáveis amigos secretos, sonhar em como gastar ou investir o 13º salário (quem tem), revisar as contas e diminuir (ou quitar) as dívidas, embarcar ou não em uma viagem (já que os preços vão às alturas), fazer a lista de presentes (os que a gente quer e os que a gente vai dar para os outros), visitar mil decorações de natal pela cidade, marcar um milhão de almoços, encontrar um bilhão de amigos, reservar um espaço na agenda para a festa da firma, mandar e-mails (ou cartões) para os queridos, fazer as doações de final de ano… A lista vai longe (e inclui aquela promessa de vida saudável, equilíbrio trabalho versus lazer, exercícios e dieta).

O mais difícil é quando a gente se dá conta de que o ano acabou e não fizemos nem metade do que planejamos.

Eu costumo ficar empolgada, porque gosto de correria e das festas de final de ano. Ao mesmo tempo, fico angustiada com tanto a fazer em tão pouco tempo.

Já comentei no meu texto anterior sobre ‘10 lições que o Empretec me ensinou para a vida’, publicado aqui no Trinta e Umas, e acho que algumas coisas deste aprendizado me ajudaram a lidar melhor com tudo isso.

Quando o ano termina, penso em tudo o que aconteceu, faço uma revisão mental do que foi bom ou ruim, listo o que mudaria e o que quero para os próximos anos. Isso me ajuda a entender o quanto consegui atingir os meus sonhos e metas daquele ano e a traçar um novo horizonte para o novo que irá iniciar.

Encontrei meus amigos o tanto quanto gostaria? Se a resposta for não, depois de refletir e tentar entender os motivos, já sei que no próximo ano vou ter que me dedicar mais a esta parte para não me decepcionar novamente.

Eu juntei o dinheiro que prometi? Consegui fazer aquela viagem com a qual eu tanto sonhava? Vale o mesmo por aqui.

Tento fazer esse exercício pensando em todos os aspectos da vida que são importantes. Isso inclui coisas para mim, para as pessoas a quem eu amo e para o planeta.

Aprendi a fazer um contrato comigo mesma. Eu escrevo as minhas metas (geralmente umas 5 ou 6) para o ano. De tempos em tempos, olho essa lista para conferir se estou sendo honesta comigo mesma e qual o status de cada objetivo. Se precisar, faço os ajustes também.

O formato é simples (e é baseado no Empretec):

  • Qual é a meta (tem que ser pessoal e específica)?
  • Como faço para medir o atingimento dessa meta?
  • Como farei para atingir a meta (listo os passo a passo que imagino)?
  • Por que ela é importante para mim?
  • Quando estimo atingir esta meta (é aqui que entram os lembretes)?

(Eu salvo nas notas do celular, mas houve um ano em que coloquei lembretes no meu calendário também.)

Por conta disso, percebo que tenho cumprido ano a ano essas metas e isso tem me deixado feliz, com uma sensação de realização, ao mesmo tempo em que me permite ter um ano mais focado e organizado.

E já não fico angustiada quando vejo que algumas delas não poderão ser cumpridas no prazo inicial, porque eu já negocio comigo mesma e coloco novos prazos. Se o contexto mudar, sem problemas: esqueço aquela meta que perdeu a importância e abro espaço para novos sonhos.

Este ano, por exemplo, cuidei para que as metas fossem um pouco mais agressivas e foquei tanto nelas que consegui cumprir tudo em setembro. Isso mesmo: setembro.

Parece bobagem, caretice, mas funciona. Fato comprovado por mim. E tem mais: se é casado/a ou tem filhos, vale a pena dividir com eles a sua meta, pois é preciso ter metas conjuntas e o comprometimento de todos para com elas. Assim fica mais fácil de tomarem várias das decisões ao longo do ano. Juntos.

Que tal começar a sua revisão agora, e aproveitar os feriados que virão pela frente para adiantar algumas coisas que te sobrecarregam no final do ano e ainda traçar as metas para o próximo?