É sempre assim, né? Comeu o que podia e o que não podia no Réveillon. Jurou que ia ser diferente daquela vez, que agora iria mesmo emagrecer. Fez matrícula na academia logo na primeira semana do ano. Encheu a geladeira de diets e lights.

E assim foi. Até o carnaval.

(Aliás, com sorte até o carnaval. Alguns não duram até o final de janeiro).

Em março, você está arrependido de ter fechado o plano anual com a academia e já começa a negociar a multa de rescisão. Jura nunca mais fazer isso outra vez.

Será que é tão difícil assim emagrecer?

Há quatro anos, comecei a frequentar uma academia. Achei que em 6 meses teria o corpo dessas moças da TV.

Como não funcionou, decidi procurar uma nutricionista, que me avisou que não seria tão simples… Não acreditei. Estava decidida! Mais 6 meses e eu estaria gostosona.

Bem, não foi tão simples.

Mudei meus hábitos alimentares, emagreci quase 10 kilos, mas nada de coxas grossas. E olha que eu tentei, viu? Houve um período em que treinava 5 vezes por semana e eram raras as vezes em que comia “errado”.

Até que eu me dei conta de que, para conseguir o corpo que eu queria, seria necessário um grau de dedicação que eu não estava disposta a ter naquele momento. Teria que abrir mão de beber quando fosse a alguma festa, de me acabar num rodízio de comida japonesa ou ainda de comer um pedaço de bolo de vez em quando. De vez em quando entenda-se uma dessas coisas a cada 15 dias.

Resumindo muito a história, meu processo de adquirir consciência alimentar deu tão certo que virei coach de emagrecimento e qualidade de vida.

Hoje em dia temos tanto bombardeio da mídia sobre dieta que ficamos sem saber em que acreditar. É reeducação alimentar, low carb, paleo, dieta da NASA e sabe se lá mais qual. São tantas informações que ficamos perdidos e vejo um monte de gente se iludindo com elas. O sujeito se enche de produtos lights, mas come o dobro. Ou consome tapioca porque a blogueira indica mas não analisa a sua rotina antes de decidir se isso faz sentido pra ele.

Para emagrecer é preciso ter uma consciência alimentar: a SUA.

É preciso entender a sua rotina e sua genética.

Você sabe quantas calorias precisa consumir para emagrecer?

Aliás, você precisa contar calorias?

Mudar hábitos requer esforço e dedicação. Dá trabalho no começo, e você precisa entender do que vai (ou não) abrir mão.

Sempre há uma dieta para chamar de sua. Dieta? Sim! As pessoas adoram dizer: “Não é dieta! É estilo de vida!”, mas parece que esquecem que, lá no começo, era dieta, sim. Tiveram que abrir mão de coisas que queriam comer, até mudar o hábito alimentar. Aí, sim, quando os resultados começarem a aparecer, você passa a ter um novo estilo de vida.

Outro dia estava em um bar com uns amigos e ouvi de uma garota: “Você é magra de ruim! Como pode ser magra colocando tanto sal na carne?”. Bom, o que ela não viu é que eu tinha chegado mais tarde no bar porque tinha ido no crossfit, estava tomando agua com limão (e ela cerveja) e nem cheguei perto do pão.

Coma o que quiser, beba o que quiser, mas não brigue com seu corpo.

E nem se iluda com frases do tipo: “Hoje pode”, “Já treinei, já tá pago” ou “Foi só uma escapada”.

Nunca vi ninguém emagrecer comendo brigadeiro e macarrão. Até eu queria isso!

Depois de emagrecer e brigar com o corpo achando que eu conseguiria um corpão, achei meu equilíbrio.

Ouvi de pelo menos uns 3 amigos que minha versão fitness é muito chata. Eles preferem a versão que toma vinho.

Eu ainda saio com minhas amigas, bebo minha vodka com energético (a versão normal porque odeio a light). No auge da bebedeira, sou a primeira a sugerir a visita na hamburgueria e ai de quem tocar na minha maionese (amo maionese caseira). Mas, antes, teve treino e teve alimentação regrada. No dia seguinte, a alimentação volta ao normal e vou para academia (assim que a ressaca permitir).

Esqueça um pouco as musas do Instagram e procure profissionais para te ajudar.

Um bom profissional entenderá que você precisa de tempo para adequar seus hábitos e saberá te orientar nessa fase.

Boa consciência alimentar pra você!