Duvido que pelo seu Facebook não tenha passado uma clássica foto de criança por causa do feriado do dia 12 de outubro. Eu mesma troco a minha todo ano nessa época, e é sempre a mesma: uma foto em preto e branco em que estou com meu sorriso de dentinhos meio tortos (que conservo até hoje) e cabelo bem liso (do qual tenho saudades; atualmente, só com escova progressiva mesmo).

Eu me lembro de quando era pequena e morava com a minha família na casa dos meus avós. Vovó me deixava fazer absolutamente tudo o que eu queria, mesmo com a minha mãe por perto. Podia ficar brincando mais uma hora na rua, sim. Comprava 10 picolés por 2 reais e estava até autorizada a tomar um sorvete antes do jantar de vez em quando.

Tive dois coelhos, incontáveis peixes, cachorro, chinchila e até pintinhos de estimação no quintal. Mais tarde, quando eles cresceram, acabaram indo pro sítio do meu avô, no interior. Faz anos, mas me lembro como fosse ontem. Brincava de casinha, escorregava de barriga no quintal todo molhado, dava voltas no quarteirão de bicicleta ou patins, pulava uma amarelinha que era pintada com as cores do Brasil no meio da rua. Não perdia um episódio sequer de Castelo Rá-Tim-Bum e o canal que estava sempre sintonizado era o da TV Cultura.

Minha maior preocupação era fazer a maquete chegar inteira até a aula de artes. Ou então decorar tudo certinho pra apresentação de ballet. Judô. Flauta. Artes Plásticas. Teatro. Natação. Sim, pois atividade era uma coisa que não faltava. Na pior das hipóteses, minha maior gafe era esquecer a coreografia da quadrilha da festa junina na escola.

Meu avô me buscava a pé na escola do bairro e íamos andando de mãos dadas pra casa. Às vezes, ele até levava minha mochila de rodinhas e me deixava comprar chup chup de doce de leite. Às quartas-feiras, a gente parava na feira pertinho de casa para buscar massa de pastel, frutas e verduras pra minha avó.

Nas férias, minha mãe me mandava a acampamentos e eu chorava porque não queria voltar pra casa. A gente fazia trilha na floresta, brincadeira noturna, gincana na piscina. Conhecíamos cavernas, encontrávamos tesouros perdidos, dormíamos em chalés e eu, que abomino despertador, nem me importava de acordar cedo na manhã seguinte, pois sabia que ia brincar o dia inteiro. Cantávamos com violão ao redor de uma fogueira. Batíamos nas mesas com as mãos à espera da sobremesa (eu lembro dos movimentos até hoje). Essas são apenas algumas das lembranças mais maravilhosas que tenho, e que, com certeza, vão me acompanhar pro resto da vida. Não consigo ver nada mais gostoso que ser criança.

Recebi pelo WhatsApp um vídeo de uma campanha publicitária do Habibs, que fazia um experimento com pais e seus filhos.

Longe de celulares e tecnologia, em uma sala cheia de brinquedos, eram apenas orientados a aguardar. No fim, acabavam se divertindo da maneira tradicional: com livros de história, fantoches, máscaras.

Após alguns minutos, viam-se diante de uma enorme tela revendo os momentos que passaram juntos.

Veja a campanha do Habibis:

Ser criança é uma delícia. Estar perto de uma também.

Se você tem crianças na família, lembre-se da sua infância e inspire-se para dar a elas momentos inesquecíveis!

Realmente, o melhor presente do mundo é estar junto.