Quando o assunto é trabalhar sob pressão, você:
A) Faz o que tem de fazer, mas só relaxa quando fala mal do cliente ou chefe nos happy hours.
B) Trava, não rende nada e perde o sono. Diarreia acompanha.
C) Fica ultra motivado e a produtividade aumenta. Desafio é com você mesmo.

Conheço três perfis de pessoas quando o assunto é trabalhar sob pressão: o que já está acostumado e se conformou que a vida é assim, então não sofre com isso; o que tem dificuldade extrema em lidar com a situação e trava; o que se motiva pelo desafio e produz mais.

Perfil A: “Eu preciso trabalhar. Se eu não fizer, outros farão. Paciência”.

O que já se acostumou tem lá suas razões.
As empresas visam ao lucro e, portanto, cobram produtividade.
O cliente quer o trabalho. No prazo. E nem pense que vai pagar o que você orçou, se tem concorrente cobrando metade.
Na crise que todos conhecemos, negócios precisam ser rentáveis.
Matemática simples: maior rentabilidade = menos custos = menos gente trabalhando = maior acúmulo de funções.
So sorry, dear. O cliente quer… Tem quem faça… Não quer fazer? Tchau.
Acostuma-se, portanto, à pressão.

Perfil B: “Não consigo lidar com um cliente me cobrando a cada minuto!”.

Devotas da Santa Antecedência, há pessoas que precisam se sentir livres para produzir bem.
Para elas, é importante dar segurança ao cliente e provar que trabalham melhor de outra maneira, mostrando resultados.
Em geral, a pressão vem da ansiedade de alguém.
Essa ansiedade descende em cadeia e chega dobrada na parte mais fraca. Ou triplicada.
Se a cobrança incomoda, as pessoas que detestam pressão deveriam antecipar-se a ela. Ainda que o trabalho não esteja pronto, poderiam informar em que pé anda a coisa. Antes que alguém cobre, claro.
Assim, a ansiedade de todos diminuiria e o trabalho fluiria mais tranquilamente.
Bota aí a teoria em prática e torce para funcionar. Amém.

Perfil C: “É pra ontem? Dá aqui que eu vou fazer pra anteontem!”.

Certamente você conhece pessoas que só funcionam sob pressão.
Estão super relaxadas, até que a corda vem no pescoço.
Imediatamente, o botão “turbo” é acionado, e a coisa rende em minutos o que não havia rendido em dias.
Em geral, essa pressão vem justamente do prazo. Ou da falta dele.
O fato é que a pressão, nesses casos, gera foco. E aumenta a produtividade, sim, daquele tipo maluco de pessoa que curte a adrenalina do tic-tac.
Motivação é uma coisa estranha, vai entender.

Seja qual for o seu perfil, pense em pressão como oportunidade.

Se respondeu “A”… Oportunidade para destacar-se.

Entender a cabeça do cliente (ou do chefe) é metade do caminho para agir de maneira a surpreendê-lo e ser visto como alguém diferenciado. Não deveria ser assim, mas é: em geral, o dito cujo está ocupado com um milhão de coisas para fazer, e só se lembra de pedir algo a você quando já é urgente. Organize cronogramas. Deixe claros seus processos e prazos. Tente imaginar o que se espera e antecipe-se ao pedido. Você terá um cliente grato e fidelizado. Ou um chefe satisfeito que o verá como peça fundamental na engrenagem.

Se respondeu “B”… Oportunidade para conhecer-se.

Que a pressão não te faz bem, você já sabe. Mas, como você pode evitá-la ou, ao menos, diminuí-la? Que estratégias já deram certo e podem ser repetidas? Aproveite a oportunidade para aprender com você mesmo. Observe e use suas habilidades e competências estratégicas para planejar minuciosamente uma forma de antecipar e monitorar cada etapa do seu trabalho e, assim, fugir da temida pressão.

Se respondeu “C”… Oportunidade para disciplinar-se.

Parabéns, você está uma etapa evolutiva à frente da humanidade, e se motiva com prazos curtos, cobranças frequentes ou um simples “duvido”. Se você conseguir tornar isso uma constante, sua produtividade poderá não oscilar tanto. Coloque prazos para cada pequena tarefa do seu dia, e cobre-se de finalizá-las nesse tempo. Duvido que consiga!